Vide a mim que te chamam dura.
De teu temor e tua alma eu bebo;
e quanto aos olhos tristes que percebo
mostro como és caricatura.
Jamais se sabe de fato de uma criatura
seu pensar ou seu escondido medo.
Seu desejo ou seu íntimo segredo.
Jamais se tem companhia realmente pura
Temos todos o nosso débil reino,
onde vivemos em solidão plena
o mistério tortuoso dos pensamentos
Temos passado a vida por um treino
onde aprendemos da solidão a pena
Mas remamos a vida com seus ventos.
Cada vez que recruto minhas loucuras, viagens e anseios com a experiência de qualquer coisa que não tenho, extraio disso uma destilação surreal. Escrevendo, sublimo essa coisa pelo ralo. A vagar por bueiros, ela encontra todo tipo de destilados da cidade, dos santos aos psicopatas. A amálgama humana se mistura, formando o mais intenso e real do pensamento e vai à superfície buscar as narinas dos transeuntes, mas são retidas pelas tampas dos bueiros que friamente censuram o regresso das idéias.
Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..
5 de julho de 2011
Soneto da verdadeira solidão
Postado por
Vitor Machado
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Um comentário:
é bem isto que escreveu!!!tentarmos fugir da verdade, mas vc descreveu perfeitamente!!!!!Mônica.
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