Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..

Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..

26 de setembro de 2014

Ode ao espaço marinho - Pablo Neruda



Oda al espacio marino


Húmedo el corazòn, la ola golpea pura, certera, amarga.

Denrro de ti la sal, la transparencia, el agua se repiten: la multitud del mar lava tu vida y no sòlo la playa sino tu corazòn es coronado por la insistente espuma.

Diez años o quince años, no recuerdo,
llegué a estas soledades, fundé mi casa en la perdida arena, y como arena fui desmenuzando las horas de mí vida grano a grano:
luz, sombra, sangre, trigo, repulsiòn o duizura.

Los muros, las ventanas, los ladrillos, las puertas de la casa, no sòlo se gastaron con la humedad y el paso del viajero, sino que con mi canto
y con la espuma que insisre en las arenas.

Con mí canto y el viento se gastaron los muros
y del mar y las piedras de la costa recogí resistencia, espacio y alas para el sonido, recogí la sustancia de la noche marina.

Aquí primero de la arena, extasiado,
levanté el alga fría ondulada en la ola o el caracol de Chile, rosa dura, sumergida cadera de paloma,
o el ágata marina, translúcida como vino amarillo.

Luego busqué las plantas procelarias,
el firmamento fino de las flores
perdidas en la duna, en la calcárea virginidad rocosa: amé la flora de la ardiente arena, gruesas hojas, espinas, flores de la intemperie, diminutas estrellas invariables pegadas a la tierra.

Sí, las flores, las algas, las arenas, pero detrás de todo el mar como un caballo desbocado en el viento, caballo azul, caballo de cabellera blanca, siempre galopando, el mar,marmita siempre cocinando, el mar mucho más ancho que las islas, cinturòn frenético de tierra y cielo.

En las orillas piedras a puñados, edificios de roca dispuestos contra el mar y su batalla socavados por una misma gota repetida en los siglos.

Contra el granito gris el mar estalla:
invasiones de espuma, ejércitos de sal, 
soldados verdes derribando racimos invisibles. 

Espesos buzos bajan, militantes de la profundidad;
la nave espera en el vaivén del seno de la ola,
vuelven com un puñado de palpitantes frutos submarinos,
gòticas caracolas, erizados erizos: el buzo emerge de la mitología en su escafandra, pudo bailar con las medusas, quedarse en el profundo hotel de las sirenas,

Pero ha vuelto: un pequeño pescador de la orilla
sale de sus zapatos y es aéreo como un papel o un pájaro.

Rápida raza de mis comañeros, más que el mar es la tos quien los golpea y como en redes rotas sus difíciles vidas sin unidad, Resbalan a la muerte.

El hombre de la costa se ve minúsculo como pulga marina.
No es verdad.
Ha colgado como araña en las piedras, em el erial marino su mansiòn miserable, el hombre de las tierras desdentadas con trozos de latòn, 

Aquí están los puertos, las casas, las aduanas: 
el hombrecito de la costa elevò las estructuras y regresò a los cerros, a su cueva.

Sí, océano, solemne es tu insistente varicínio, 
la eternidad del canto en movimiento, tu coro entra en mi corazòn, barre las hojas del fallecido otoño.

Océano, tu desbordadante copa abre como en la roca su agujero en mi pequeña frente de poeta, y arena, flores duras, aves de tempestad, silbante cielo, rodean mi existencia.

Pero el minúsculo hombre de las arenas es para mí más grande.
Ahora, vedlo: pasa con su mujer, con cinco perros hambrientos, con su carga de mar, algas, pescados.

Yo no soy mar, soy hombre. 

Yo no conozco al viento. 

Qué dicen estas olas? 

Y cierro mi ventana.

Océano, bella es tu voz, de sal y sol tu estatua,
pero para el hombre es mi canto.

9 de setembro de 2014

Flertes modernos

Primeiro ele postou um vídeo da “banda mais bonita da cidade”. Até aí, ela pensou, muitas pessoas gostam deste vídeo. Ele é bem montado, a musiquinha é agradável e até aquele rapaz desordeiro deve ter seus lapsos de sensibilidade. Mas seguiram nas semanas posteriores, Nando Reis, charges mais ou menos bonitinhas, “eu procurei a vida inteira alguém como você”, e até Clarice Falcão. Parecia que o bicho do amor havia aprontado das suas. Não se viam as fotos das brincadeiras, os posts das pegadinhas e sustos nos outros. Ela, cujos olhos a muito viam naquele sorriso um convite acanhado, logo atentou-se. Será que é por mim que ele se apaixonou? Perguntava-se. A dúvida é uma formiguinha persistente e ressabiada que caminha pelas nossas entranhas e nos causam calafrios e desconfortos. Ele a olha e desvia o olhar. Quando cruzam um na direção do outro, um bloco de gelo que brota dentro da barriga. Ela também olha e finge que não viu. Depois vem os amigos, aqueles que sempre devem ser ouvidos, mas nuca podem falar e já nos deixam mais ansiosos. Ele não falou com ninguém, mas veja o jeito que te olha, diziam as moças que sequer entendem de si. Ela continua acreditando. Ele, anda na rua como se procurasse algo e se ela está, por mais que os olhos passeiem, voltam para lá. Um magnetismo incontrolável. E, quando se acha que tudo está estranho, ele posta que está se sentindo desiludido. “Não consigo parar de pensar em você” diz ele sem se preocupar com a enxurrada de mensagens zombeteiras. Ele vai se fortalecendo contra eles. Existem coisas que não se explicam, nosso coração é uma delas. Publica ela em uma resposta nada evidente. Ela desconfia de que é recíproco seu sentimento. Ele sabe, tem certeza desde sempre, mas naquela hora em que a certeza se transforma em ato, aí ele dúvida, pondera, pode não ser bem assim, posso estar confuso. A confusão é o ninho das formigas corrosivas. Mas, o que seria do ser humano se não fosse sua capacidade gigantesca de superação? Quando a confusão assola, quando a noite é longa a esperar o dia seguinte e o instante de vê-la novamente, quando a dúvida cruel corrói nossas vísceras. Quando o impulso de chegar é quase incontrolável e fica prestes a explodir de tensão, desejo, fantasia, vontade. Quando tudo isso irrompe nele, em um ponto que não dá mais para segurar..... ele decide agir. Se prepara por horas, rói as unhas, anda, senta, volta a levantar, senta novamente. Gira para um lado, gira para o outro. Seus dedos vão e vem nervosos. Decide. Ajusta o corpo. Prepara-se e finalmente...... ele digita alguma coisa. Depois apaga. Volta atrás, reconstrói cada palavra, repassa na cabeça o melhor tom, se uma vírgula ali pode causar má impressão. Uma exclamação talvez? Não sabe. Escreve várias versões, olha para todas, escolhe uma, copia e cola. Quando lê ali, não parece tão legal quanto ele imaginava. Volta e vê pela ducentésima vez o álbum de fotografias dela e fica mais tempo naquela foto da praia, com aquele sorriso lindo e o cabelo solto e molhado. Isso lhe dá forças, ele escolha qualquer uma, cola e depois de uma batalha homérica, aperta o Enviar: “me passa seu whatsapp” E no instante que manda, tem vergonha de si, fecha a página e finge que não fez nada, mas, vinte segundos depois, abre para ver se ela visualizou. Nada. E ela, que já tem um aplicativo que permite ler as mensagens sem que a outra pessoa saiba, explode de felicidade quando lê. Salta de alegria dentro do ônibus. Suas mãos vibram perto do peito. Tem vontade de falar com a pessoa ao lado, mas em vez disso ela escreve para todas as amigas. E feliz e contente vai falando, vai contando, vai curtindo. Mas, de repente ela para de sobressalto. Seu olhar recrudesce. O que eu repondo? Pronto, acabou a euforia. A dúvida é uma formiguinha caminhando nas entranhas...

O lado de dentro...sublime

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