Eles eram recém chegados.
Não aqueles recém chegados de viagem,
embora ambos tivessem
muitas viagens e muitas chegadas.
Aliás, estavam presos pra falar a verdade.
Presos por sonhos resignados
Que nem sabiam ao certo quais
Mas eram presos e recém chegados.
Nada os impedia de nada a bem da verdade,
embora nada também os impedisse de Tudo.
Aliás, tinham expectativas
De sonhos e de tudo mais.
Há quem diga ser um mal
Essa tal de expectativa.
Mas a tinham.
O que havia entre os dois
Não era bem uma Verdade.
Embora fosse verdade haver algo entre os dois
Um olhar lustroso, singelo... lacônico.
Aliás, um brilho gostoso de se ver,
mas que só viam poucos
no caso...eles...um ao outro
Presos e recém chegados.
As poucas palavras trocadas entre os dois
Eram palavras como outras quaisquer,
Embora fossem só deles, cheias de expectativas
Um certo desprendimento é verdade.
Escapulido em cada sorriso.
Aliás, o sorriso os prendia um ao outro.
O sorriso dos recém chegados.
- Chega aí companheira!
- Ooooo meu chegado!
Não, não eram esse tipo de recém chegados
Embora se fossem, seria mais fácil de se achegarem.
Eram recém chegados
de um outro lugar de dentro deles.
Onde estavam presos.
A expectativa dos dois recém chagados
Era a mesma, talvez
Mas a temiam acima de tudo
Embora tudo que estivessem acima deles
Não temessem.
Acho que eles se desejavam ou se desejam.
Os dois eram recém chegados de outras histórias
Cheias de expectativas, prisões e verdades.
E, embora ainda mantivessem as três coisas dentro deles
Não mantinham mais a Outra história.
Então nada os impedia
De chegar mais perto um do outro.
Mas estavam pertos, é verdade
Olhos pertos
Palavras apertas
Sorrisos espertos
Se houvesse problemas
que os impedisse de chegar perto um do outro
Seria por serem recém chegados
Ou esse monte de palavras repetidas
Expectativa, verdade, um, outro
Tudo, nada, chegados ....recém
Presos.
Pra falar a verdade não há problemas
Embora as expectativas
Os fizessem sorrir e olhar um ao outro
languidamente....
Os recém chegados precisavam chegar
Chega! os dois!
É tudo ou nada agora!
Prendam-se de vez!
Há um novo Recém lá fora
Sem ressentimentos.
Sem emboras
Sem ir embora
Que tal?
Simbora?
8 comentários:
afinal...quem não é recém chegado?
Apesar de parecer comum, não há muitos recém chegados por aí..
Eles apenas existem dentro de nós. Do que sentimos.. Daquilo que gostaríamos.. De ter essa chegada..
"Simbora?" rs..
Adorei o texto! Brilhante e supreendente como sempre!
Parabéns!
Grande beijo!
Maais uma incrivel obra sua, adoreei o texto. Gosto da forma como voce brinca com as palavras, sempre parece haver muita sinceridade e sentimento em tudo qe escreve. Ameei
(...) As poucas palavras trocadas entre os dois
Eram palavras como outras quaisquer,
Embora fossem só deles, cheias de expectativas
Um certo desprendimento é verdade.
Escapulido em cada sorriso.
Aliás, o sorriso os prendia um ao outro.
O sorriso dos recém chegados.
(...) Vitor Machado
Adorei esse poema, Vitão!!
Difícil comentá-lo, porque ele por si, se explica, é daquelas coisas raras e boas que não precisam de explicação, a gente lê e é tocado, sente...
Lendo o poema me veio uma música, que eu acho cabe para o momento:
" não se afobe não que nada é pra já, amores serão sempre amaveis, Futuros amantes, quiça se amarão sem saber o amor que eu um dia guardei pra você..."
É, de fato acho que somos todos recém chegados!
Beijokas
que legal a possibilidade de me buscar em cada verso... mesmo em um desvaneio de expectativas... Sem ir embora!!!
espero que os recém chegados se se acheguem.... sem medo... sem expectativas.... sem passado... sem futuro.
Aqui eu vejo uma boa canção e só.Merece boa melodia, se for tranformar em música, e merece, vê se não estraga tentando fazer você mesmo.Pôe na roda.
Postar um comentário