Rotina
Continua o sonho, a vida...continua...
O mesmo frio, o mesmo tédio. As madrugadas
Vão ficando extensas, a fala tão nua;
E os tragos descem a cavar estradas.
Vem aí outra loucura...e vem com a sua
Timidez fingida e explosões regradas.
Desabafo cego ao sair pra rua.
Confissões solitárias nas calçadas.
Triste a casualidade desta vida!
Que aponta o rumo, mas não a saída.
E me faz seguir, para lá longe, perceber...
Que o maior erro do passado certamente,
foi sonhar alguém e esperar inutilmente
um possível norte para viver.
Cada vez que recruto minhas loucuras, viagens e anseios com a experiência de qualquer coisa que não tenho, extraio disso uma destilação surreal. Escrevendo, sublimo essa coisa pelo ralo. A vagar por bueiros, ela encontra todo tipo de destilados da cidade, dos santos aos psicopatas. A amálgama humana se mistura, formando o mais intenso e real do pensamento e vai à superfície buscar as narinas dos transeuntes, mas são retidas pelas tampas dos bueiros que friamente censuram o regresso das idéias.
Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..
6 de junho de 2007
Soneto - Rotina
Postado por
Vitor Machado
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