Cada vez que recruto minhas loucuras, viagens e anseios com a experiência de qualquer coisa que não tenho, extraio disso uma destilação surreal. Escrevendo, sublimo essa coisa pelo ralo. A vagar por bueiros, ela encontra todo tipo de destilados da cidade, dos santos aos psicopatas. A amálgama humana se mistura, formando o mais intenso e real do pensamento e vai à superfície buscar as narinas dos transeuntes, mas são retidas pelas tampas dos bueiros que friamente censuram o regresso das idéias.
Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..
11 de junho de 2007
O Baú
Baú
Tu és um mistério a ser descoberto.
Esmeralda rara num baú trancada;
Em baixo da areia, em cima do nada.
À espera do viajante certo.
Eu, casualmente cravei a enxada;
Quebrei a tampa, cheguei perto,
Busquei teu peito no baú aberto
Mas via a chave na tua mão cerrada.
O teu descompasso superei imune;
Descobri no brilho desta noite clara
O destino, a noite e o brilho que me pune;
Pois os acasos que esta vida encara
Conduzem às vezes ao que nos une
E quase sempre ao que nos separa.
Postado por
Vitor Machado
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2 comentários:
gosto deste soneto...acho que ele tem som...
Meu texto preferido dos que eu li, muito bom.
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