Cada vez que recruto minhas loucuras, viagens e anseios com a experiência de qualquer coisa que não tenho, extraio disso uma destilação surreal. Escrevendo, sublimo essa coisa pelo ralo. A vagar por bueiros, ela encontra todo tipo de destilados da cidade, dos santos aos psicopatas. A amálgama humana se mistura, formando o mais intenso e real do pensamento e vai à superfície buscar as narinas dos transeuntes, mas são retidas pelas tampas dos bueiros que friamente censuram o regresso das idéias.
Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..
28 de agosto de 2011
Soneto do Amor & Sexo
Dizeis se é vil a carne nua.
Se assombra o fel do amor
quando amando vem-te o temor
de que o sexo a ti destrua.
Se teu leito freme de calor,
o fogo invade a coxa tua.
E tentas esconder na rua
um pobre peito pecador
No amor não há intimo mistério.
Ternura emanando de um amplexo.
O sorriso tem na alma seu reflexo
e na carne tem seu necrotério.
E se ela roubar do amor seu nexo,
lhe deixará somente um critério:
Que amor sem sexo é caso sério
e sexo sem amor é um bom sexo.
Postado por
Vitor Machado
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Um comentário:
Os mais puristas da poesia dirão que isso não é soneto pela troca das tercinas por quadradilhos. Dane-se.
Os mais puristas dos bons costumes talvez não gostem...dane-se..rs
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