Esbaldei meus versos enquanto pude.
Durante anos de minha curta estrada.
Palavras de amor que não eram nada;
delírios tolos da juventude
Pobre rima em ré entoada;
escondida atrás de um canto rude,
mas repleta de sede e atitude.
Transformou o acaso em coisa amada.
Hoje, quando aqueles versos revisito
vejo chama revestida de desejo
e mais astúcia do que hoje fito.
E, se o passado chegasse num lampejo,
desejaria que este verso aqui escrito
fosse mais inflamado do que hoje vejo.
Cada vez que recruto minhas loucuras, viagens e anseios com a experiência de qualquer coisa que não tenho, extraio disso uma destilação surreal. Escrevendo, sublimo essa coisa pelo ralo. A vagar por bueiros, ela encontra todo tipo de destilados da cidade, dos santos aos psicopatas. A amálgama humana se mistura, formando o mais intenso e real do pensamento e vai à superfície buscar as narinas dos transeuntes, mas são retidas pelas tampas dos bueiros que friamente censuram o regresso das idéias.
Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..
26 de março de 2012
Soneto do soneto antigo
Postado por
Vitor Machado
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