Chegue mais perto... tire a roupa linda amiga
Quero ver teu ombro se perder da alça
Teu vestido escorrendo com minha calça
E a doce curvatura de tua barriga
Tocará teus pés nos meus, descalça
Tua calcinha revelará a chama que abriga
E enquanto o seu fogo minha boca irriga
Deitados, inventaremos nossa valsa
Dos corpos molhados se fará o atrito
enlouquecidas, tuas unhas me farão arder
E na força do ardor te mostrarei o infinito
Até que, arfando... teu corpo começará a tremer
E libertará ...seu gozo... num frêmito... num grito
Que a cidade toda invejará nosso prazer
Cada vez que recruto minhas loucuras, viagens e anseios com a experiência de qualquer coisa que não tenho, extraio disso uma destilação surreal. Escrevendo, sublimo essa coisa pelo ralo. A vagar por bueiros, ela encontra todo tipo de destilados da cidade, dos santos aos psicopatas. A amálgama humana se mistura, formando o mais intenso e real do pensamento e vai à superfície buscar as narinas dos transeuntes, mas são retidas pelas tampas dos bueiros que friamente censuram o regresso das idéias.
Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..
29 de abril de 2010
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