Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..

Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..

29 de abril de 2010

Convite

Chegue mais perto... tire a roupa linda amiga
Quero ver teu ombro se perder da alça
Teu vestido escorrendo com minha calça
E a doce curvatura de tua barriga

Tocará teus pés nos meus, descalça
Tua calcinha revelará a chama que abriga
E enquanto o seu fogo minha boca irriga
Deitados, inventaremos nossa valsa

Dos corpos molhados se fará o atrito
enlouquecidas, tuas unhas me farão arder
E na força do ardor te mostrarei o infinito

Até que, arfando... teu corpo começará a tremer
E libertará ...seu gozo... num frêmito... num grito
Que a cidade toda invejará nosso prazer

21 comentários:

Vitor Machado disse...

Ciente q poucas pessoas se arriscarão a postar comentários...talvês por pudor ou sei lá porque...
Faço uma apelo em prol da poesia.. faz sentido? causa algo? podem comentar.

abraços

Unknown disse...

pq amiga? E pq 'te mostro o infinito'? Machista,heim?acho q se o prazer eh d dois,"chegamos ao infinit" eh mais adquado. E q relacao rapida eh essa? Ta meio caido vi? Chegou ao fim rapido demais. Ficou super bonito, criativo, real, mas merecia umas linhas a mais,nao?

Munich disse...

Devo discordar do comentário do próprio autor, mesmo achando que ele também saiba disso, pois creio que qualquer leitor que conferir este texto terá algo a dizer sobre.
Os pudores aqui já não podem existir mais. Esse é o espaço e o momento de refletir, se soltar.. Analisar e sentir é a propriedade particular de cada pessoa, todas sentirão diferente e a sensação será difícil descrever, mas isso não deve ser levado como algo ruim..

Percebo que este texto parece um tanto real.. E isso é que talvez chame mais a atenção dos próximos leitores..

Provoca aquela coisa de ser transportado para o personagem e isso dá um maior impacto na leitura, pois parece ter um fim, mas não existe..

O prazer ali vivido será tantas vezes relembrado e sentido por quantas vezes este mesmo for lido..

Um texto digno de Vitor, grandioso, cálido e intenso..


Excelente!
Parabéns!

Um grande beijo.

Vitor Machado disse...

Comentários e críticas. Que coisa boa.
Não sei se é machista. Também não nego esta possibilidade, mas creio que “o todo sem a parte não é nada” assim como a recíproca.
Outra coisa, o poema escrito é dele mesmo, não tem autor. Não sou eu nesse soneto, é um, é outro, é quem lê. Quando leio sou eu, me vejo. No mais, não há nada.
Pudor existe. Tentemos nos livrar, pelo menos nas coisas que lemos, pensamos e sentimos. Escrever é se expor sempre.

Unknown disse...

Concordo com a moça aí de cima que fez o comentário sobre o "te mostro o infinito". Soa machista mesmo. Parece que ele é o único provedor de prazer para ambos. Mas, enfim, o autor já fez seu comentário a respeito.

Sobre o poema em si, achei bem intenso, porque , de fato, te transporta para a cena (aquela mesma, ou outras...). Isso é interessante. E deixou o ato sexual (ainda que casual) poético com as imagens que você criou.

Vale pela singela ousadia.

Beijos!

Naia disse...

Meu querido, pra mim faz todo o sentido sim, com toda a clareza me vi na cena.
Em relação a parte do tão comentado "te mostro o infinito", a meu ver fez jus, pois faço a pegunta, por quê não? Nem sempre chega-se junto a tal ponto, tendo em vista que no corpo feminino tudo é mais complexo. Mas como é descrito o entrosamento, pode ser que isso ocorra sim, tão intenso e tão almejado que talvez um se entregue mais ao momento do que o outro, pois ninguem pensa totalmente e absolutamente igual, a entrega tambem nao será a mesma. Porém, entendo que nessa parte existe um sonho idealizado, pois nem todos conseguem tal proeza, se nós (mulheres) não permitirmos. Porque a meu ver tudo depende de nossa "vontade" total.
Bom, é o que penso.
Mas concordo com a day em uma coisa, faltam linhas.

Bjao

GNovo disse...

Olha, vou entrar na polêmica: em primeiro lugar, não vejo nada de machista no tal "te mostro o infinito"; mas considerando que seja, vamos devagar com o andor, né? A arte, antes de mais nada, representa/ilustra/manifesta (sei lá) o mundo, seus personagens, sua filosofia, sua natureza (e por aí vai). Neste cenário existe posturas/entendimentos/sensações unilaterais, entre as quais, aquela sensação de que o "eu" conduz algumas situações. Querer abolir esta "marca" da obra artística é querer abolir parte da nossa natureza. Acho que um pode levar os dois ao, no caso, "infinito"; acho que os dois podem ir juntos; e acho que os dois podem se segurar no finito em que vivemos.

"Reclamar" desta fração do texto,pra mim, é um pouco demais. Deixar passar batida as observações acima, abre precedente para, por exemplo, descascarmos metade (no mínimo) da obra de Vinícius de Moraes; ou botarmos fogo em todos os discos do Chico que tenha Mulheres de Atenas; e assim por diante.

Vitão, não sei se estou muito "Patropi", mas eu, que no passado "levantei a bandeira do politicamente correto", acho que perdemos um pouco a mão e estamos nos tornando chatos demais com isso...

Mostre, meu amigo, a quem quiser ver, o tal infinito. :-) ...

Em tempo: nada pessoal, apenas outro ponto de vista.

Sobre o texto: sua "sutileza" continua a mesma... Mas, desta vez, vestida de cordeiro. rs... Gostei.

Abraços e até a próxima discussão que, espero, seja num lugar mais apropriado... nem preciso dizer que estou falando de boteco, né?

Até.

Unknown disse...

Uia, polêmica!

Resolvi postar aqui um pouco do que acabei discutindo com o Vitor depois de fazer meu comentário.

Ponto 1: Acho que o fato de ser ou não machista a parte do "infinito" causou incômodo porque é difícil dissociar autor/personagem. E o Vitor deixou claro que esse é um poema sem autor. Portanto, ele não é machista (pelo menos não por causa desse poema...rsrs).

Ponto 2: às vezes sinto que as mulheres ficam chatas com essa coisa de machismo/feminismo (me incluo). Se eu tivesse escrito esse poema (não conseguiria, mas faz de conta...rs) e dissesse a mesma frase sobre mostrar o infinito, ou gerasse essa percepção geral de que é a mulher a provedora do prazer na história, duvido que causaria reações contrárias. Pelo contrário! "Liberdade das mulhere em dar e sentir prazer!" Cada um tem o direito de se sentir poderoso, homens e mulheres. Desde que não desconsidere o outro.

Ponto 3: O Vitor me disse uma coisa que acho que escapou aos leitores. O poema se chama "Convite", bastante centrado na fantasia desse personagem masculino. É um poema egoísta (não num sentido pejorativo da palavra). Egoísta porque são as sensações daquele personagem, da fantasia dele (da qual, inclusive, faz parte o prazer de ambos).

E, Gustavo, pensei nisso da obra do Vinícius. Eu o acho machista muitas vezes, mas ele saber ser machista com classe e poesia ;)

O poema do Vitor não deixa de ser bom por causa dessa crítica. Aliás, é sinal de que ele causou algo em quem leu.

Pronto! Bati meu recorde aqui. E por hoje é só (rs).

Beijos!

Unknown disse...

vitoca! convite e tanto! nao acho machista, é um convite, é sensual e atraente..e como dito ai vc se transporta pra cena e se imagina numa situacao "bacana" né hahaa..adorei, beijos!

* disse...

Primeiro, respondendo a pergunta do autor, o poema me causou algo sim: sensação de euforia e excitação...

Machismos e feminismos a parte, acho que o poema deu muito bem o seu recado; um convite direto e ao mesmo tempo sutil, provocador e alentador,parecido com a matéria que ele descreve: o desejo...

Não vejo machismo aí e a mulherada que me desculpe,mas me arrisco em concordar com o Vinicius: "Uma mulher tem que ter qualquer coisa além a beleza. Qualquer coisa de triste. Qualquer coisa que sente saudade.Um molejo de amor machucado. Uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher, feita somente para amar pra sofrer pelo seu amor e pra ser só perdão..." Parece machista!? Talvez; mas: "quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada não..."

Gostei muito, Vitão!!
Beijokas,

Joyce

Munich disse...

As diversas visões do mesmo texto comprova exatamente que cada pessoa é unica. Os pensamentos nunca serão totalmente iguais.
Como não podia ser diferente e eu disse anteriormente, este renderia muitos comentários! A manifestação das idéias e opiniões é algo quase instintivo do ser humano.

Respondendo ao comentário do Vitor, talvez não tenha ficado claro, mas o fato de haver ou não pudores não está relacionado a situações da vida real, me referi a este momento de leitura e reflexão, e claro, todas as formas de expressão nos expõe de alguma maneira. Isso acontece sempre.

Quanto ao texto, só elogios. Existe muito mais nele do que essas observações sobre machismo. Certamente a parte mais importante foi ofuscada por esse detalhe sem sentido que acabou tomando essas proporções da "polêmica".

No ato de amor, duas pessoas se tornam apenas uma, a atmosfera do momento, o coração acelerado, o suor dos corpos, o prazer em si..
Este não deve ser definido como o ápice.. Dar prazer a um outro é sentir o mesmo. E há muita complexidade nisso, mas a sensação de proporcionar é sem igual.

De fato todas a opiniões nos fazem pensar, e concordando com o Gustavo, sua sutileza realmente se vestiu de cordeiro neste poema. E isso foi ótimo! ^^

Um beijo!

Até breve!

Mirtinha disse...

Na qualidade de FÊMEA DA ESPÉCIE...rsrrs a que usa as calcinhas que adoram ser retiradas...poeticamente ou não...
Digo que os poetas se utilizam das palavras para dar sentido ao que els não são capazes de acessar em nossos corpos ou nossas almas...
Machadinho...você mandou bem!
Afinal ter alguém que tenha capacidade de te levar ao infinito...é sempre...sempre muito booom...rsrrs Não se chega a ele sozinho...
Adorei o texto e o contexto...

Beijos beijos beijos...

Sua amiga que acabou de ser levada ao infinito....uhuhuhu
Que delícia!
Mulheres queridas, aproveitem...não é sempre que encontramos pelo nosso caminho...Chicos...Vinícios...Olavos...Machadinhos...
PS: não vejo nada de machista...é uma poesia escrita por um MACHO...tem muita, muita diferença...

Itamar Nunes disse...

O Convite é para poucos, pois, muitíssimos amam, pouquíssimos são os que sabem amar. Quando se dá o infitino, ambos espíritos caminham pelas estrelas, então, o gesto de dar implica em um prazer recíproco, portanto, o prazer se encontra tanto no ato de dar, quanto receber. Bela poesia!

Teacher Claudia disse...

Bem, esse causou muita polemica hein...
Eu amei, nao achei machista, mas de certa forma descreve so o ato de uma pessoa, como se responsavel pelo todo (nao numa forma ruim)...
O texto te leva, te faz viajar para lugares diversos...e lugares oootimos haha
Ta de parabens, um texto meio arriscado, eu acho, mas muito bem escrito!

Unknown disse...

Sempre fui a favor de que arte se sente e o que se sente é fruto não apenas do momento, mas de toda a vivência pessoal do leitor e sua formação (cultural, social...). Ora, e não é essa a função da arte, antes de qualquer outra coisa? De despertar um sentimento qualquer no outro?
“Convite”... Não sentir desejo ao lê-lo é humanamente impossível, para mim.
Quando li pela primeira vez, logo no primeiro verso senti minha privacidade estar sendo invadia, depois fui cedendo ao “convite” e quando dei por mim já fazia parte do poema, sentindo o que ele queria que eu sentisse e fazendo o que ele queria que eu fizesse.

Bom, não queria entrar na polêmica, mas discordo totalmente do ponto de vista de que o poema é machista. Meu papel aqui não é (e nem é esse o meu intuito) julgar opiniões. Mas veja, deixe de lado o seu sexo e a sua opinião sexual. Leia-o várias vezes e sempre sob ângulos diferentes, intercalando o as opiniões sexuais do eu lírico com a do leitor, por exemplo: o Eu lírico pode ser uma mulher homossexual, pode ser um homem fazendo o convite a uma drag queen. Não encaixa? Em nenhum momento o eu lírico se mostra homem ou mulher. Como dizer ser machista?

Pra mim é muito clara a idéia do poema: dar prazer a quem o lê.

Excelente, meu querido!
Mais uma vez esperando o próximo.
=D

Sandra disse...

Vitor,
Apesar de não te conhecer direito, ou quase nada, me senti atraída pelo convite...
Impressionante a maneira simples e encantadora que descreves um dos momentos de perfeita sincronia entre duas pessoas, e talvez por isso, tanta polêmica??!!
Ou será por que as pessoas num geral tem medo de se expor e revelar desejos retidos, vontades nunca reveladas.
Você me fez lembrar Almodóvar e Tarantino; descrevendo um momento "simples" de uma maneira simples, excitante e muito sensual.
Fico pensando na explosão de milhões de hormônios e numa vontade louca de fundir-se. Se esta é a manmeira de ver o infinito, perfeito. Por que não???
Lembrei-me de um trecho de uma música, talvez tu a conheças, é um pouco antiga, mas é muito boa...


Paixão;

Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar...
(...)
Ser feliz é tudo que se quer
Ah! Esse maldito fecheclair
De repente
A gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar...
(...)
Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura
Em carne e osso
Deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar...

Bom Fabricio,
espero não ter te cansado, com viagens, mas teu convite,de fato foi irrecusável
Um grande abraço
Sandra

Adelle disse...

Lindo Vitor! Adorei...

Re disse...

Não comento da métrica! Pois não tenho entendimento para isto! Comentarei sobre sensação.

Uma linda forma de convidar uma amiga para transar!

Quanto a polemica.... quem conduz quem? Na minha singela opinião... as vezes o macho conduz... outras a femea.... e as vezes os dois! Chegar junto é o mais gostoso... independente de quem conduziu.
Bjs

Unknown disse...

Nada como um poema sensual e arriscado e comentários polêmicos para apimentar o seu blog ;)

Ps.: Acho que você tem mais leitores do que imaginava...rs

Unknown disse...

Nossa deu polemica msm em vi...rsrs
Bateu seu recorde de comentarios e o meu vai ser o 20º...rsrs
Ficou mto bom...E nao achei machista...rsrrs
Agora vc ja pode postar o outro q vc nao quiz decha eu ver neh chato...to curiosaaa...
bjs

Unknown disse...

Uau... diante da imensidão de post, que não consegui ler todos por conta do tempo, deixo aqui minha impressão.

Talvez se estivesse sob meia luz, com uma taça de vinho de lado, tivesse alcançado algum infinito. Porém, diante da minha cabeça prática e realista, revelo que não consegui absorver a profundidade desse convite.

Me pareceu uma simples transa com requintes poéticos. Não sei se é a minha imaginação que clama por ousadias...porém esse convite não me “convidou” rs..

Me pareceu apenas mais um masculino na procura poética de um feminino, sem que instigasse essa leitora, que já experimentou as edições de “Contos do prazer” disponível nas bancas.

Relendo é possível perceber que não há machismo mesmo, há apenas a masculinidade. O que por algumas vezes poderá incomodar as almas femininas que buscam pela poesia. No entanto, a apesar da alma feminina, a busca não se faz pela poesia água-com açúcar. Talvez o choque erótico realístico com a pequena virgem donzela que habita as mulheres fosse um convite muito mais prazeroso.

O lado de dentro...sublime

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