Olhar uniforme....vermelho.... por sobre as rosas.
Silêncio, vento, balançar suave.
Distância paciente da maré de dentro.
perguntas de dentro.
Os espinhos perfurando dos lados
Os espinhos perfurando dentro.
Um dia, um poeta espetado chorou.
- As rosas são tristes.
A rosa lhe sorriu de volta.
Embora sorvesse seu sangue.
Firmando sobre terras turvas
Pulam os homens
- que lindo! Quantas rosas..parece um mar vermelho.
Vermelho é. Vermelho permanece
E a rosa ri. Seu riso é dor.
Nas ondas, nas minhocas, nos pulgões
Nos espinhos.
As rosas sorriem.
Lhe vêm a foice e as rosas sorriem,
A declaração de amor acompanha um riso.
O choro acompanha o riso.
O quarto acompanha o riso.
O silêncio na cama acompanha o riso.
A turgescência acompanha o riso
As pétalas caem, cai o riso.
Resta o galho...seco...áspero.
Esturricado.
Velando a cama lisa.
Cada vez que recruto minhas loucuras, viagens e anseios com a experiência de qualquer coisa que não tenho, extraio disso uma destilação surreal. Escrevendo, sublimo essa coisa pelo ralo. A vagar por bueiros, ela encontra todo tipo de destilados da cidade, dos santos aos psicopatas. A amálgama humana se mistura, formando o mais intenso e real do pensamento e vai à superfície buscar as narinas dos transeuntes, mas são retidas pelas tampas dos bueiros que friamente censuram o regresso das idéias.
Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..
28 de abril de 2008
E as rosas sorriem...
Postado por
Vitor Machado
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Um comentário:
O riso mesmo depois da foice é triste. Acho que é por isso que eu não gosto muito de flores....rs.
Gostei do poema, psito! Redondinho... Li a nova versão só com o prazer da leitura, do começo ao fim. eeeee
Um beijo
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