Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..

Bueiros paulistanos inspiram vozes destiladas..

21 de janeiro de 2010

Viver

Ah! Que brisa calma vem soprando

no fúnebre abismo de edifícios;

Poucos a notam, seguem andando;

passo a passo unidos em bando,

conduzem seus corpos aos sacrifícios.


- Vão para onde? Porque correr?

se é escasso o tempo e a morte é certa.

parai então, deixai o vento bater;

jogue vossa consciência para ele varrer.

Notai que a rua é não mais deserta.


A brisa que te sopra o semblante

é a mesma que contorna o mundo;

trás o aroma das vidas adiante,

o vôo do pássaro distante,

E as portas do breu profundo.


Olhai a vastidão da avenida.

Há vida sim no barulho desses passos;

Na conversa alegre e distraída,

No choro da criança nascida,

Nos calorosos e cândidos abraços.


Levantai agora vossos olhos lentamente,

que o tempo é cego enquanto pisa.

Buscai o amor e alegria somente.

E antes que o ar se faça ausente,

Olhai o céu e aproveitai a brisa.


Vitor Fabricio (27/06/2005)

(tirado do baú. )

O lado de dentro...sublime

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